Cinco boas notícias em meio à pandemia de Covid-19

O novo coronavírus tem sido considerado a maior crise global desde a 2ª Guerra Mundial, de acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU). Segundo a entidade,  a crise atual pode levar o mundo a uma “maior instabilidade, maior agitação e aumento do número de conflitos”, pois “está atacando as sociedades em sua essência”.

Em meio a essa onda de medo e incerteza, existem, porém, algumas boas notícias para alimentar a esperança da população. Listamos aqui algumas:

1) Trabalhadores informais receberão auxílio de R$600

Foi aprovado no Senado projeto que prevê o repasse do auxílio durante três meses para trabalhadores informais que cumprirem com os seguintes requisitos:

    • ser maior de 18 anos de idade;
    • não ter emprego formal;
    • não ser titular de benefício previdenciário ou assistencial, beneficiário do seguro-desemprego ou de programa de transferência de renda federal, à exceção do Bolsa Família;
    • ter renda familiar mensal por pessoa de até meio salário mínimo ou renda familiar mensal total de até três salários mínimos,
    • que, no ano de 2018, não tiver recebido rendimentos tributáveis acima de R$ 28.559,70.

O texto define que o auxílio será operacionalizado por bancos públicos federais, como o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal, que serão autorizados a efetuar o pagamento por meio de conta poupança social digital, de abertura automática em nome dos beneficiários.

Agora, o texto segue para sanção do presidente Jair Bolsonaro. A Instituição Fiscal Independente (IFI) aponta que 30,8 milhões de trabalhadores informais poderão ser beneficiados.

2) Distanciamento social já salvou quase 60 mil vidas na Europa e reduz taxa de contágio em São Paulo

Um estudo realizado por pesquisadores do Imperial College de Londres, universidade renomada na área médica, estima que o confinamento e outras medidas utilizadas pelos governos de 11 países europeus para frear o avanço da Covid-19 em seus territórios tenha salvado 59.000 vidas até o dia 31 de março. O número é muito superior ao de mortes, que estava próximo dos 28.000 na mesma data. O estudo levou em consideração as iniciativas de quarentena dos infectados, o fechamento de escolas e universidades, a proibição de reuniões, as medidas de distanciamento social e o confinamento geral.

No estado de São Paulo, o Instituto Butantan explicou que, na chegada da pandemia ao Brasil, a taxa de transmissão era de uma pessoa para seis – números que demonstram que teríamos um avanço rápido da doença no país. Com as medidas de afastamento social tomadas a partir do dia 16 de março, a taxa de transmissão caiu mais de 50% até o dia 25: uma pessoa contaminava outras duas. O diretor do instituto, Dimas Tadeu Covas, destacou que nenhuma dessas medidas dará fim à epidemia, mas servirão para atrasar a explosão de casos e evitar o colapso do sistema de saúde brasileiro.

3) 500 mil kits de teste rápido para coronavírus chegam ao Brasil

A mineradora Vale doará ao governo brasileiro 5 milhões de unidades de testes rápidos para o novo coronavírus, dos quais 500 mil já chegaram ao Brasil. O teste, produzido pela empresa chinesa Wondfo, fornece o resultado em apenas 15 minutos. Além dos kits, também serão fornecidos equipamentos de proteção individual como óculos, luvas e máscaras para médicos e enfermeiros.

Outras empresas também tem oferecido apoio ao governo do Brasil, seja através de recursos em espécie, insumos ou infraestrutura. Nomes como Gerdau e Ambev entram na lista através da construção de um novo centro de tratamento para coronavírus em São Paulo, com previsão de conclusão para o final de abril. Com 100 leitos comuns, o hospital atenderá exclusivamente pelo SUS e, após a pandemia, passará a integrar a rede pública de saúde do município.

4) OMS aposta em quatro medicamentos para tratar a Covid-19

Cientistas ao redor do mundo se uniram no que se chamou de Solidarity (Solidariedade), uma mobilização da Organização Mundial da Saúde para pesquisar a eficácia de quatro medicamentos no tratamento contra a Covid-19. As drogas, já conhecidas mundialmente, foram usadas no tratamento contra outras doenças, como HIV, ebola e malária. São elas:

    • Remdesivir: desenvolvido originalmente para combater o vírus causador do Ebola, é considerado pelos cientistas o medicamento mais promissor no combate ao coronavírus. A droga não foi eficaz contra o Ebola, mas inibe uma enzima comum aos coronavirus causadores da SARS e da MERS, Síndrome Respiratória Aguda Grave e Síndrome Respiratória do Oriente Médio, respectivamente. Pesquisadores gostam do fato de que altas doses do medicamento podem ser indicadas sem causar toxicidades.
    • Cloroquina e hidroxicloroquina: usados contra malária, lúpus e artrite reumatoide. Seriam deixados de fora do estudo, caso não fosse uma declaração pública do presidente dos EUA, Donald Trump, defendendo o uso das drogas contra o novo coronavírus, o que aumentou a demanda pelos medicamentos. Os cientistas explicam que os estudos acerca da eficácia dos antimaláricos ainda são inconclusivos, e o Ministério da Saúde do Brasil recomenda que as pessoas não se automediquem com os dois remédios, pois os efeitos colaterais são intensos, podendo, inclusive, levar à morte.
    • Ritonavir/lopinavir: combinação utilizada nos EUA desde 2000 no tratamento de infecções por HIV. De acordo com a revista Science, testes realizados na China com 199 pacientes não demonstraram diferenças significativas entre os grupos testados com os medicamentos e os que receberam tratamento padrão. Apesar disso, cientistas estão dispostos a testar novamente a combinação.
    • Ritonavir/lopinavir e interferon-beta: utilizada em animais durante a epidemia de MERS, é a junção dos dois medicamentos utilizados contra infecções por HIV com uma molécula que atua na regulação da inflamação no corpo, a interferon-beta. Na aplicação contra a Covid-19, cientistas alertam para o risco de uso em estágios avançados. Segundo eles, se administrado no final da doença, o medicamento pode danificar tecidos do corpo, o que traria mais malefícios do que benefícios aos pacientes.

No Brasil, os testes serão liderados pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), com um orçamento de R$4 milhões do Ministério da Saúde. Apenas pacientes em estado grave poderão participar, após consentir explicitamente ao uso dos medicamentos. Os primeiros testes serão realizados no Centro Hospitalar, que está sendo construído no campus da Fundação, em Manguinhos (RJ). Outros 17 hospitais participarão dos testes, em 12 estados, sendo eles: São Paulo, Rio de Janeiro, Ceará, Paraná, Rio Grande do Sul, Distrito Federal, Pernambuco, Amazonas, Bahia, Santa Catarina, Mato Grosso e Pará.  A Fiocruz estima que 1.200 pacientes participação do estudo.

Um estudo complementar será lançado na Europa, o Discovery (Descoberta), incluindo 3.200 pacientes de pelo menos sete países. Lá, serão testados os mesmos medicamentos da Solidarity, com exceção da cloroquina.

5) Testes experimentais de vacinas contra a Covid-19 já estão em andamento

A Universidade de Oxford, na Inglaterra, anunciou na segunda-feira, dia 30, a convocação de 510 voluntários para testar uma vacina contra a Covid-19. Poderão participar pessoas saudáveis com idades entre 18 e 55 anos. Metade do grupo será vacinado com uma versão sintética do vírus, enquanto a outra metade receberá um placebo. Durante os seis meses de duração do teste, os voluntários reportarão aos pesquisadores quaisquer efeitos colaterais ou sintomas que possam experimentar, como sintomas de gripe por duas semanas após terem tomado a vacina.

A Johnson & Johnson, através de parceria com a Autoridade Biomédica de Pesquisa e Desenvolvimento Avançado (BARDA), órgão do Ministério da Saúde dos Estados Unidos, investirá mais de US$1 bilhão para financiar vacina, desenvolvimento e estudos clínicos no tratamento da Covid-19. Além do investimento, a empresa está expandindo sua capacidade global de fabricação para acelerar o processo de produção e permitir o fornecimento de mais de um bilhão de doses de vacina no mundo todo. O objetivo é iniciar a produção imediatamente e levar às pessoas uma vacina acessível, sem fins lucrativos, para uso emergencial durante a pandemia.

Acatar as orientações dos órgãos de saúde é o melhor que podemos fazer

Apesar de observarmos avanços sendo feitos diariamente para conter a propagação da doença, a medida mais eficaz até o momento é ficar em casa e respeitar o isolamento, segundo recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS). No Brasil, medidas que restringem a circulação de pessoas tem sido instauradas em âmbito local, por governadores e prefeitos, seguindo o que dizem especialistas da área da saúde.

A prefeitura de Conselheiro Lafaiete divulgou em suas redes de comunicação a manutenção da suspensão das atividades dos estabelecimentos comerciais do município, em virtude da manutenção do estado de calamidade pública decretado pelo Estado de Minas Gerais. No município de Ouro Branco, ficou prorrogado até o dia 7 de abril o prazo do decreto nº 9.661/2020, que suspende os Alvarás de Localização e Funcionamento emitidos para realização de atividades com potencial de aglomeração de pessoas, com exceção de serviços essenciais, como supermercados, farmácias, hospitais e postos de gasolina. Congonhas seguiu o mesmo caminho, prorrogando o decreto nº 6.934, com os mesmos efeitos citados.

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